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A Máscara de Taré quer te contar uma história

A Máscara de Taré, divulgação

Hoje eu assisti ao espetáculo A Máscara de Taré, do grupo teatral A Turma do Dionísio de Santo Ângelo / RS, com texto e direção de Jerson Fontana.
Na peça uma máscara narra para o indiozinho Taré e para o público os principais acontecimentos da história do povo indígena, aliás, do nosso povo, desde a chegada dos padres jesuítas, mostrando com humor e sátira a manipulação que a igreja usava para o trabalho indígena-operário, na construção de templos e na organização de reduções, passando pelo Tratado de Madri, e com isso, a Guerra Guaranítica, mostrando a luta indígena desde então pelos direitos à sua própria terra, e à tudo que construíram nela, mesmo sob orientação (ou regime) jesuíta.
O texto e a produção foram trabalhados didaticamente de modo que fosse agradável a qualquer público, no entanto, o mérito está em levar aos adolescentes uma visão mais crítica e responsável de elementos tão importantes da nossa história. Em cena, atores, bonecos, figurinos, iluminação e música original compõem um cenário mágico e encantador, dinâmico.
A peça não poderia ter chegado em um momento melhor à Campo Grande, ou melhor ao Estado, diante das incertezas sobre a vida de 170 índios Guarani-Kaiowá que receberam ordem de despejo de suas terras, à margem do rio Hovy, em Iguatemi e escreveram, ou melhor, gritaram, que preferem serem enterrados em seu próprio chão junto a seus ancestrais, como que um pedido de morte, originário da descrença política, depois de muita luta. Mato Grosso do Sul atualmente é o palco de absurdas agressões e ataques às comunidades indígenas, com sua identidade ofendida, e cada vez com menos espaço, a cada seis dias um jovem Guarani-Kaiowá se suicida (com dados BBC). Nos últimos dias têm-se percebido um grande movimento social a favor dos nossos irmãos, em todo caso, ainda não é certo se o regime político está mais interessado na sociedade ou no coronelismo. Faça sua parte, entenda melhor o que está acontecendo e assine a petição no Avaaz (clique aqui).
Voltando à Mascará de Taré, parabéns à Turma do Dionísio pelo magnífico trabalho cênico, histórico e social. Particularmente acho que vocês estão saindo cedo de mais da cidade, ainda caberia uma apresentação para um público no Parque dos Poderes, e depois de Dourados (que está na programação oficial), que tal passar em Naviraí. Fica da dica.

Maitei paha!


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EVERTON SOUZA
Publicitário, amante de música, poesia, café e bolachas de chopp. | @evertonssouza | facebook.com/evertonssouza




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