A música de Sofia Basso, aquela filha das penas, de voz esnobemente afinada.

Sofia Basso

A cena musical sul-mato-grossense tem apresentado belas vozes, grandes nomes e muita vibração harmônica. Eu particularmente tenho estado num momento de grande apreciação do som nacional, e nesta onda os nomes regionais têm me cativado tanto quanto aqueles de velhos palcos da MPB.

Entre passeios em bares, saraus, Som da Concha e até mesmo no YouTube fui conhecendo um pouco mais o trabalho de filhos pródigos de Campo Grande. Quem leu “Uma noite no Rockers” onde narro o dia que sofri de amores ouvindo belas vozes numa quarta-feira acadêmica, certamente se lembra de Sofia Basso.

“aquela filha das penas, de voz esnobemente afinada, uma postura de bailarina, só que mais ousada, meio Carmen Miranda, mas séria, um sério simpático, confiante, amoroso, mas de qualquer maneira de todos que ouvi, não esqueci ninguém, mas ela é diferente, dela além da voz eu guardo a imagem, eruditamente fina. Bela.”

Entrevistei Sofia para conhecer melhor essa garota de [en]canto de sereia. Numa amistosa conversa e um anexo no Facebook, viramos amigos e compartilho com vocês um pouco da história da música na vida dessa sul-mato-grossense.

Sofia é campo-grandense, tem 22 anos, leciona inglês e estuda arquitetura. Sua paixão pela música a acompanha desde criança, cultivada pelo gosto dos pais que eram amantes do MPB e do Blues. Sempre teve desejo de ser cantora, só em meados de 2010 começou compor e compartilhar sua voz.

Quando questionada sobre referências musicais que a cativavam, não foi surpresa encontrar com Caetano, Chico Buarque, Marisa Monte, Milton Nascimento e Roberta Sá na resposta, entre outras grandes vozes Sofia destaca o encanto que tem pelos nomes regionais, Bêbados Habilidosos, Geraldo e Alzira Espíndola e pela banda Curimba.

Preferindo poesia cantada, Sofia adora ler romances. Na procura por lugares onde é possível escutar música boa, autoral, costuma ir ao Rockers, Bar Fly e Roca Botequim. Suas composições vêm de momentos que vive direta ou indiretamente, pensamentos, posturas.

“Geralmente eu me inspiro ou em momentos bem relaxados ou momentos bem doídos. Histórias que vejo acontecer, gosto muito de observar o comportamento humano, e me pôr no lugar das pessoas, o que eles diriam ou cantariam de acordo com tal situação.”

Quando questionada sobre os projetos para o futuro, e se já considerou produzir um CD, ela foi honesta:

“Estou na luta para produzir um CD, mas como eu sou exageradamente cuidadosa e quero que tudo seja delicadamente detalhado não tenho pressa nem previsão.”

Pra você que como Sofia sonha em ser artista, limite-se a expressar-se e compartilhar sua mensagem, o público se encarrega do seu sucesso, como aconteceu com essa filha das penas que tem cativado o público por onde canta.

“Pros artistas ocultos eu diria que ser reconhecido pode ser muito divertido, mas que o melhor de tudo é poder se expressar e a intenção da arte sempre tem que ser essa, verdadeira, expressiva, aquele "por pra fora" em alívio que cura. O mais é lucro...”

Encante-se com o trabalho de Sofia Basso: