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BARTLEBY, O ESCRIVÃO: UMA HISTÓRIA DE WALL STREET de Herman Melville da Literatura ao Teatro



A única obra de Herman Melville que eu li foi BARTLEBY, O ESCRIVÃO: UMA HISTÓRIA DE WALL STREET, sim me condenem eu ainda não li Moby Dick, mas está na fila. Bartleby é um história incrível onde um advogado de uma certa idade (meus caros foi daqui que eu tirei essa expressão e desse certo tempo em diante passei a usar “uma certa idade” como a minha justificativa para muita coisa) narra as histórias do seu novo funcionário, que de repetente prefere não fazer [mais nada]. É uma comédia incrível os auto conflitos do narrador diante de cada “prefiro não” de Bartleby. 
Eu li o texto em 2012 quando fui assistir à peça de Denise Stoklos em Campo Grande. Foi, sem dúvida, um dos melhores espetáculos da minha vida. Denise dirigiu, adaptou o texto, coreografou e interpretou, e tudo por ela mesma da melhor maneira possível. O texto não poderia ser mais bem representado. 
A obra é crítica, não poderia deixar de ser, e diante de toda a comédia a principal frase de toda a narrativa (prefiro não; preferiria não) é o tema que me despertou escrever sobre isso dois anos depois. 
Nós somos impelidos, quase sempre voluntariamente, a seguir um certo contrato social, que nos leva a fazer coisas por convenção social, apenas para não chatear alguém ou para evitar conflitos. Todo não vem seguido de um porque, e isso irrita, e para evitar os ‘por quês” a gente simples[mente] faz. Vamos tomar um café para não ter que dizer que não estamos interessados em manter aquela amizade. Fazemos um trabalho já que não temos coragem de dizer que aquilo não é nossa competência, e assim vai. 
Bartleby, entre todas as suas complicações, ensina uma grande lição para nós: se você prefere não, apenas diga prefiro não. Se questionado do “porque”, apenas responda “prefiro não responder”. Tão simples e tão difícil.

Denise Stoklos

Leia a novela na íntegra e divirta-se. Eu não sei notícias do espetáculo, mas acaso você cruze com ele, por você, assista. Eu vou tentar usar esse texto como justificativa para responder PREFERIRIA NÃO para encontros que eu não queira ir, livros que eu não queira ler, filmes que eu não queira ver, etc. até que eu faça por livre vontade.

Everton Souza

Everton Souza

Freelancer Sem Fronteiras. Tecnologia do Blogger.