A Cor Púrpura é um filme de 1985 dirigido por Steven Spielberg e baseado no livro romance homônimo de Alice Walker. Você pode ler a sinopse no Omelete ou no Filmow, porque aqui eu vou falar as minhas experiências sobre a película. Não são análises técnicas, são palavras sobre a sensibilidade da obra, sobre a beleza e a intensidade de uma história bem narrada que mostra extremos entre uma liberdade conquistada pela força e uma resignação emocionante.
No filme, em tempos em que negros sofrem preconceito diante de brancos, ainda se vêm capazes de segregar-se ainda mais em um preconceito sexual em que as mulheres não têm voz.
Uma história que mostra a resignação diante da humilhação. A gratidão e a caridade com aqueles que oferecem suporte. A coragem necessária para se expor e o peso desta exposição, hora a surra, hora a prisão. Tanto do negro diante do branco, quanto da mulher diante do homem. Não são tempos fáceis para ninguém, tão pouco para negros, tão pouco para mulheres negras. Sempre existe alguém que se considera maior no controle.
“Eles não gostam de gente muito livre”.
O sofrimento mudo, calado, acaba gerando um desabafo inteligente, verdadeiro e bem articulado. O poder das palavras, da leitura, da troca de informação se fez presente e tornou-se marcante em todo o momento, desde a separação e a promessa de que só a morte poderia impedir de escrever, os anos pacientes e esperançosos esperando por palavras que foram desviadas, a descoberta, o grito de alforria.
Verdades geraram o reconhecimento, o arrependimento e o pagamento em desgraças para o homem cujas ações foram cuspidas na cara. Mas no fim “os pecadores têm alma” e também se libertam. Tomando as palavras de Sofia:
Todos tiveram azar suficiente para rir o resto de suas vidas. Todo mundo só queria ser amado.
“Deus deve ficar furioso quando você passa pela cor púrpura no campo e nem se dá conta”. Tomemos essa frase como lição de vida, e tome como cor púrpura todos os detalhes da vida, como um sorriso, uma saudação.
