Ler sempre foi a minha preferência de fonte quando preciso aprender sobre qualquer tema que seja, ou me informar sobre algum assunto, e isso me fez mesclar opiniões e autores diferentes, e essa pesquisa cria um novo contexto para analisar qualquer caso. E é mais ou menos assim que são produzidos documentários.
Em
documentários não existe uma regra de roteiro linear como nas produções de
ficção, são encontros de fatos, pesquisas e entrevistas que geram, quase sempre,
esses discursos documentários. E, não sei se por isso, mas eu nunca tive muita
paciência para eles. Ou leio o tema, ou vou assistir uma ficção com roteiro que
me entretenha, sem ninguém precisar ser dono da verdade.
Mas,
estudando roteiros e conversando com amigos eu me dei conta de que essa birra
mesquinha com os documentários gerou um atraso em mim, e para resolver isso,
claro, fui ler sobre o tema e pedir sugestões para alguns amigos.
Documentário,
na teoria, é um gênero cinematográfico que objetiva estabelecer uma
representação do mundo, da realidade, no entanto, permanecendo parcial e
subjetiva em relação à realidade. Fernão Pessoa Ramos em uma dissertação para
Unicamp (O que é Documentário?) diz que o discurso documentário é uma narrativa
com imagens, composta por asserções que mantêm uma relação, similar a esta, com
a realidade que designam e é neste sentido, que deve ser analisado em sua
relação como o real que designa.
Segundo
Bill Nichols no seu livro Introdução ao Documentário, apresentando modos
narrativos do documentário:
“Como espectadores, temos a sensação de que testemunhamos uma forma de diálogo entre cineasta e participante que enfatiza o engajamento localizado, a interação negociada e o encontro carregado de emoção. Essas características fazem o modo participativo do cinema documentário ter um apelo muito amplo, já que percorre uma grande variedade de assuntos, dos mais pessoais aos mais históricos. Na verdade, com frequência, esse modo demonstra como os dois se entrelaçam para produzir representações do mundo histórico provenientes de perspectivas específicas, tanto contingentes quanto comprometidas”.
Disso
tiramos que não importa quão sério pareça ser um documentário, nem o quanto um
diretor estudou, pesquisou e lutou para ser fiel aos fatos, por mais jornalista
que seja o processo de produção, nenhuma verdade é absoluta, e qualquer discurso
documentário deve ser tomado como parte do conhecimento da matéria apresentada.
É
inegável que documentários sejam fontes interessantíssimas de conhecimentos
sobre diversos temas. Existem diretores e produtores muito empenhados e com
clássicas produções que informam, entretêm, ensinam. E para tirar o meu atraso
no consumo dessas obras eu pedi para que 5 amigos, mais ligados ao cinema do
que eu, me sugerissem 5 dicas de documentários cada um.