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Por que você deve assistir Kill Bill de Quentin Tarantino?





Há algum tempo – muito tempo – eu lancei uma experiência para conhecer as películas prediletas de criativos de uma agência que eu trabalhava. Falei deste projeto aqui, onde você pode encontrar a lista completa.

Um dos indicados foi Kill Bill. É um desses filmes que dividem a sociedade em dois grupos, os que adoram e os que odeiam. Não conheci quem tenha assistido e achado mais ou menos.

Kill Bill é um filme do roteirista e diretor Quentin Tarantino. Lançado em dois volumes, Kill Bill: Volume 1 em 2003 e Kill Bill: Volume 2 em 2004. Foi concebido como um único filme mas dividido em dois por conta da duração de aproximadamente quatro horas. [Wikipédia]

Como foi originalmente concebido como um filme só, assisti os dois volumes seguidos, como se fosse um e é assim que falarei dele, como peça única.

Kill Bill fala sobre vingança. Tarantino apresenta a sabedoria do homem que conhece seu crime e aguarda pelo castigo, e forte está preparado para defender-se e lutar. Foi preciso paciência para vencer o começo, embora recheado com muitas referências a obras clássicas do cinema – essas pouco reconhecidas por um pouco cinéfilo, como eu – a história começa a ficar mais interessante com a evolução dos diálogos.

Tarantino apresenta um texto belo e inteligente em Kill Bill! O texto vai impressionando cena por cena e consegue justificar toda a ação demasiada cômica das primeiras cenas.

Eu, honestamente, consegui me emocionar com o desfecho da história. É um filme que não existe o conceito de bem e mal, mostra a elegância de nutrir a vingança e ter poder para realizá-la, e essas são características nietzschianas. Tarantino satiriza o comportamento humano e constrói personagens livres de todo o sentimento que nos institui como seres fracos. Nessa história ele usa o super-homem, que mesmo se referenciando ao super-herói ele deixa claro que homem precisa ser superado, e isso é Nietzsche (Assim Falou Zaratustra). Mas também existe um pouco de “Arte da Guerra” de Sun Tzu, e as relações dos personagens com seus crimes têm características de personagens de Dostoiévski.

“O Super-Homem não se transformou em Super-Homem. Ele nasceu sendo o Super-Homem. Quando o Super-Homem acorda pela manhã, ele é o Super-Homem. O seu alter ego é o Clark Kent. O seu uniforme com o "S" vermelho, é a manta que ele estava usando quando os Kent o acharam. Aquela é a sua roupa. O que o Kent usa, os óculos... seus trajes de homem de negócios, esse é o disfarce. Esse é o disfarce que o Super-Homem usa para se misturar com a gente. Clark Kent é como o Super-Homem nos vê. E quais são as características do Clark Kent? Ele é fraco, é inseguro de si mesmo, ele é um covarde. Clark Kent é a crítica que o Super-Homem faz de toda a raça humana.” - Bill, em Kill Bill Volume 2.



Everton Souza

Everton Souza

Freelancer Sem Fronteiras. Tecnologia do Blogger.